De acordo com um estudo realizado pelo Datafolha, mais de 90% da população brasileira não sabe o que é psoríase. Esses dados são alarmantes, tendo em vista que a condição atinge cerca de 2,6 milhões de indivíduos por ano no país, e a melhor forma de tratá-la é justamente o diagnóstico precoce.
Crônica e não contagiosa, a psoríase é uma doença de pele inflamatória e multigênica, ou seja, atinge vários genes. A principal característica dela é o aparecimento de lesões avermelhadas que descamam, causadas principalmente por predisposição genética junto a fatores ambientais ou comportamentais.
Entendendo a complexidade e a importância do assunto, a equipe da Belíssima Beauty preparou este artigo recheado de informações sobre o que é psoríase, quais são os principais sintomas e tratamentos. Achou interessante? Continue a leitura e confira!
Tipos, sintomas e diagnóstico
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), acredita-se que a psoríase se desenvolve quando as células responsáveis pela defesa do organismo (linfócitos T) liberam substâncias inflamatórias que dilatam os vasos sanguíneos. Isso direciona outras células de defesa do corpo para a pele, como os neutrófilos.
A ação causa uma ataque inflamatório nos tecidos, fazendo a pele, fragilizada, acelerar a proliferação, o que resulta em lesões com descamação. Esse processo pode ocorrer de forma cíclica, surgindo e desaparecendo ao longo do tempo, e o tratamento é a melhor alternativa para cessá-lo.
Em geral, os sintomas da psoríase podem variar conforme cada indivíduo, e só é possível diagnosticá-la com a avaliação de um médico especialista. No entanto, a localização e as particularidades das lesões ajudam a identificá-la e classificá-la. Entre os principais tipos, estão:
Psoríase vulgar
É a manifestação mais comum de psoríase na pele, caracterizada por lesões com placas secas e avermelhadas, com escamas prateadas ou esbranquiçadas, que podem coçar e, vez ou outra, doer. Ela costuma se desenvolver nos joelhos, no couro cabeludo, nos cotovelos, no umbigo e na região lombar, mas pode atingir qualquer parte do corpo, inclusive genitais.
Psoríase no couro cabeludo
A psoríase no couro cabeludo se assemelha à caspa, já que o indivíduo pode percebê-la ao encontrar flocos de pele morta nos cabelos ou nos ombros. As lesões são caracteristicamente avermelhadas, com escamas espessas branco-prateadas, e costumam coçar bastante, por conta da localização.
Psoríase invertida
Ela se diferencia das demais por lesões que não apresentam escamas, apesar de serem avermelhadas. O desenvolvimento acontece principalmente nas dobras e nas áreas úmidas, como axilas, virilhas e a região abaixo dos seios.
Psoríase gutata
Acometendo principalmente crianças e jovens antes dos 30 anos, este tipo é desencadeado por infecções bacterianas, como na garganta, e pode melhorar espontaneamente com o tempo. Ela costuma aparecer na forma de pequenas feridas com formato de gota, localizadas no tronco, nos membros e no couro cabeludo.
Psoríase eritrodérmica
É um dos tipos da doença psoríase menos comum e o mais grave. Em geral, é desencadeado por infecções, queimaduras graves, uso ou retirada abrupta de corticosteroides, ou outro tipo de psoríase não tratada.
Costuma ocasionar o surgimento de manchas avermelhadas em todo o corpo, que podem coçar e arder intensamente, inclusive causar febre e calafrios. Os casos tendem a exigir a internação do paciente.
Psoríase artropática
Este tipo atinge principalmente as articulações e vai desde as pontas dos dedos das mãos e dos pés até quadris, joelhos e coluna. Ele pode causar dor intensa, principalmente no início dos movimentos, e melhorar gradativamente. Se não for tratado, pode resultar em rigidez progressiva e deformidades permanentes.
Psoríase pustulosa
Também enquadrada em um dos tipos mais graves da doença, a psoríase pustulosa se caracteriza por lesões bem avermelhadas com a presença de pústulas (pequenas bolhas com pus), que se desenvolvem rapidamente, podem secar em um ou dois dias e reaparecer após dias ou semanas. A condição pode afetar todo o corpo, causando febre, calafrios, coceira intensa e fadiga, ou partes específicas, como mãos, pés e dedos. O segundo caso também é classificado como psoríase palmoplantar.
Psoríase ungueal
Ela se desenvolve especificamente nas unhas das mãos e/ou dos pés. Isso faz a unha crescer de forma anormal, escamar, engrossar, mudar de cor (ficando amarelada) e até descolar do leito.
Principais tratamentos para psoríase
Assim como os sintomas, os tratamentos para psoríase podem variar para cada pessoa, principalmente de acordo com a gravidade da doença. Entre os métodos mais comuns, estão:
- tópico: medicamentos em creme ou pomada aplicados diretamente nas lesões. É indicado para quadros leves da doença e pode ou não ser usado em conjunto com outras terapias;
- sistêmico: medicamentos em comprimidos ou injeções. É indicado para quadros graves da doença, bem como casos de artrite psoriásica e tipos leves resistentes ao tratamento tópico;
- biológico: medicamentos injetáveis aprovados como anti-TNFs anti-interleucina 12 e 23, anti-interleucina 17 e os anti-interleuciina 23. É indicado para quadros graves da doença;
- fototerapia: uso de luz ultravioleta sobre a pele lesionada de forma consistente e com supervisão médica. Pode ser indicado para vários quadros da doença, mas precisa ser feito por profissionais especializados.
Recomendações para estimular o tratamento da psoríase
Saber o que é psoríase e identificar os tipos é importante para diagnosticá-la e tratá-la corretamente. Também é possível contribuir para a melhora da condição com alguns hábitos diários, como manter a pele e o corpo hidratados, para evitar o ressecamento excessivo e diminuir as chances de novas lesões.
Outra recomendação é ter cuidado com exposição ao sol, sempre se lembrando de hidratar e proteger a pele antes de sair ao ar livre. Especialistas ainda indicam evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e investir em uma alimentação balanceada.
Sabendo que a patologia pode afetar a qualidade de vida e a autoestima, também é recomendado a busca por acompanhamento psicológico após o diagnóstico. Isso porque o desgaste emocional e o estresse estão diretamente relacionados ao surgimento das lesões.
Além disso, é importante que os pacientes não fujam de encontros sociais e lazer, afinal a psoríase não é contagiosa e o afastamento social compromete o estado emocional, o que intensifica os sintomas. Também é essencial visitar regularmente o dermatologista e seguir as instruções para favorecer os tratamentos.
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Fontes consultadas:
VARELLA BRUNA, Maria Helena. PSORÍASE. Drauzio Varella, [S. l.], p. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/psoriase/. Acesso em: 8 maio 2023.
BRANDÃO, Marcelo. Estudo mostra que mais de 90% da população desconhecem a psoríase. Agência Brasil, [S. l.], 13 nov. 2020. Saúde, p. 1. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-11/estudo-mostra-que-mais-de-90-da-populacao-desconhecem-psoriase. Acesso em: 8 maio 2023.