Por muitos anos, o padrão de beleza ditava que fios alisados eram a chave para a aparência ideal. Assim, surgiram inúmeros métodos que prometiam o cabelo perfeito e definitivo às mulheres. Em meio a tantas promessas positivas é importante conhecer o processo e os riscos envolvidos. Entenda os malefícios da progressiva não apenas para a saúde dos seus fios no longo prazo mas para a sua saúde no geral.
Oferecendo um efeito liso imediato, a escova progressiva se tornou uma técnica amplamente popular para quem deseja o alisamento das madeixas. Porém, qual é o outro lado da história? Descubra a seguir!
O que é a escova progressiva?
A escova progressiva é um método que aplica produtos químicos extremamente fortes e fontes de calor com temperaturas elevadas para abaixar o volume dos fios e deixá-los completamente lisos. Para isso, são utilizados elementos que atuam diretamente na estrutura dos fios, alterando-os de forma permanente .
O resultado imediato do procedimento é realmente atraente: cabelos brilhantes, sedoso, livre de frizz, volume e ondulações. Entretanto, ao serem expostas aos produtos químicos, as madeixas perdem nutrientes, ficando ainda mais fracas.
Problemas de dentro para fora
Na composição de um alisamento, há agentes químicos que garantem o resultado liso. Esse efeito pode vir tanto de substâncias básicas, utilizadas nos relaxantes capilares, quanto ácidas, responsáveis pelas progressivas.
De acordo com estudos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (FCF-USP), produtos ácidos garantem mais brilho e alisamento, pois selam as estruturas externas do fio. Além disso, essas substâncias oferecem maior durabilidade, o que atrai mais consumidores.
Para trazer todos esses benefícios, a fórmula das progressivas modifica a estrutura do fio. Uma camada impermeável é criada ao redor de cada fio – nada sai, nada entra. No primeiro momento, temos como resultado um cabelo alinhado, com brilho e aspecto saudável. Mas na realidade, essa química apenas mascara a situação real do cabelo e impede que tratamentos penetrem no córtex dos fios.
Entre os principais danos da progressiva, estão: perda da elasticidade natural, ressecamento, fragilidade, opacidade, oleosidade e pontas duplas. Por revestir o fio, a escova progressiva dificulta os tratamentos, já que eles não conseguem atingir a raiz do problema.
Uso do formol
A progressiva com formol foi a primeira composição conhecida pelos salões de beleza. Responsável pela plastificação do cabelo, o elemento era aclamado por trazer um efeito ainda mais duradouro às madeixas.
Entretanto, por ser altamente tóxica, a substância caiu em desuso e passou a ser permitida pela Anvisa somente para a conservação dos produtos. Agora, o limite máximo de formol nas composições é de apenas 0,2%, uma quantidade que não garante o alisamento.
Porém, é muito comum que profissionais adicionem o elemento às misturas, já que o resultado do componente é mais atrativo. Isso se torna um grande problema, afinal, ao ser aquecido, o formol tem um grande potencial cancerígeno e pode causar inúmeros danos à saúde.
Para identificar se o produto aplicado contém formol é simples. O ativo possui um cheiro forte característico que, quando submetido a altas temperaturas, causa ardor nos olhos e desconforto no nariz.
Riscos à saúde
Em relação à saúde dos fios, os principais malefícios da progressiva são bastante visíveis. Já no caso do organismo, o problema se intensifica com a utilização do formol.
Para quem está se perguntando se a progressiva com formol faz mal, saiba que a inalação contínua do elemento traz grandes riscos de câncer nas vias aéreas superiores, que incluem nariz, laringe, traqueia e brônquios. Além disso, os sintomas de quem o inala, são:
- irritação, coceira, inchaço, descamação, vermelhidão e queimaduras graves no couro cabeludo;
- quebra dos fios;
- queda de cabelo;
- ardência e lacrimejamento nos olhos;
- falta de ar;
- tosse;
- dor de cabeça;
- ardência e coceira no nariz.
A longo prazo, os malefícios da progressiva podem incluir:
- boca amarga;
- dores de barriga;
- enjoos;
- vômitos;
- desmaios;
- feridas na boca, narinas e olhos.
Progressiva sem formol?
Diante da proibição do uso de quantidades elevadas de formol pela Anvisa, a indústria desenvolveu diversas fórmulas que atendessem a essa necessidade dos consumidores, sem a presença do ativo.
Mas isso é possível? As formulações alcalinas, que alisam por meio da quebra e reorganização das pontes de dissulfeto presentes na queratina, passaram a ter ativos como o tioglicolato de amônio e os hidróxidos de sódio ou guanidina. Já as formulações ácidas, que alisam por meio de uma reorganização no interior da fibra e formam um filme na superfície do fio, possuem um único ativo liberado pela Anvisa: o ácido glioxílico associado à carbocisteína e aminoácidos.
Esses ativos, assim como o formol, também trazem danos para os fios e para saúde em geral, também, para o profissional que está atuando.
Progressivas ácidas a base de carbocisteína combinadas a baixo PH promovem oxidação da haste capilar podendo alterar a coloração dos fios em até três tons. Fica o alerta para as loiras e tingidas!
Algumas marcas e muitos profissionais passaram a vender as “novas progressivas” como tratamento e não alisamento. É importante pontuar que todos os procedimentos químicos que alteram a estrutura e enluvam os fios não são tratamentos e sim alisamentos.
Alternativas seguras para cuidar e diminuir o volume dos fios
Então, agora que você já sabe quais são os principais malefícios da progressiva, que tal algumas dicas de como cuidar dos cabelos e diminuir o volume de forma segura? Veja!
Siga um cronograma capilar
Se você deseja reduzir o volume do seu cabelo e tratá-lo, o ideal é seguir um cronograma de cuidados. Assim, você pode incluir diferentes tipos de hidratação, diminuindo o ressecamento que causa o volume e o frizz.
Utilize produtos específicos para seu cabelo
Usar produtos específicos para o seu tipo de cabelo também pode ajudar muito na rotina de cuidados. Então, se seu cabelo for cacheado, opte por fórmulas próprias para ele, seguindo da mesma forma para cabelos lisos, tingidos, etc.
Opte por deixar as madeixas secarem naturalmente
Para quem não gosta de volume, deixar os cabelos secarem naturalmente é uma ótima maneira de evitá-lo. Isso porque os secadores aumentam a eletricidade dos fios, o que pode elevar o frizz. Além disso, secar os cabelos diariamente pode danificá-los.
Evite pentear o cabelo depois de secá-lo
Se você tem o hábito de pentear o cabelo seco, saia dessa! Além de aumentar o frizz e deixar os cabelos com o aspecto armado, isso pode quebrar os fios. O ideal é sempre penteá-lo molhado, com a ajuda de um creme, ou arrumá-lo seco, utilizando um leave-in ou um óleo reparador de pontas somente com os dedos.
Fortaleça os fios com nutricosméticos!
Durante sua rotina de cuidados, inclua nutricosméticos. Produzidos com um mix de vitaminas e minerais, esses compostos garantem ainda mais saúde e beleza para suas madeixas. Inclusive, a Belíssima Beauty preparou uma composição perfeita para você, o suplemento Mega Hair.
Elaborado à base de biotina, zinco, L-metionina e L-cisteína, esse nutricosmético atua tratando os fios de dentro para fora. Assim, ele oferece os nutrientes necessários para o cabelo se desenvolver e favorece a produção de queratina, a proteína responsável por fortalecer os fios.
Leia também: “7 dicas para ter um cabelo brilhoso”
Gostou de saber um pouco mais sobre os malefícios da progressiva e como é possível tratar o cabelo sem agredi-lo? Então, aproveite para conferir 7 dicas para ter um cabelo brilhoso de forma saudável e continue acompanhando nosso blog.
Fontes consultadas:
OLIVEIRA, Yasmin. Escova progressiva mais ácida gera danos agressivos ao cabelo, mostra estudo: Quanto mais acidez, maior será alteração da estrutura do fio e degradação, mostra pesquisa da USP que traz fundamentos científicos para regulamentação da Anvisa. Jornal da USP, 3 jul. 2019. Ciência da Saúde, p. 1. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=244696. Acesso em: 17 de set. 2021.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Formol: Os riscos do uso indevido. 06 ago. 2005. Centro cultural do Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.ccs.saude.gov.br/visa/publicacoes/arquivos/Formol_Anvisa.pdf. Acesso em: 17 de set. 2021.
GOSHIYAMA, A. M. Avaliação das Propriedades das Fibras Capilares Tratadas com Alisantes Ácidos com Diferentes Valores de pH. 2019. 101f. Dissertação (Mestrado em Fármaco e Medicamentos) – Faculdade de Ciências Farmacêuticos, Universidade de São Paulo, 2019. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-07052019-154247/publico/Alessandra_Mari_Goshiyama_ME_Original.pdf. Acesso em 1. de out. 2021.