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Mulheres no mercado de trabalho: quais são os principais desafios?

Apesar da inserção das mulheres no mercado de trabalho ter acontecido há muitos anos, a desigualdade de gênero no universo corporativo ainda é muito grande. Em alguns cenários, elas seguem ganhando menos que os homens e enfrentando preconceitos quando o assunto é maternidade e carreira.

Os desafios da mulher no mercado de trabalho são ainda maiores para a população negra. Apesar de já haver avanços, há um caminho longo pela frente. Para ajudar você a entender mais, o blog da Belíssima Beauty preparou um conteúdo com o panorama histórico e atual desse assunto. Confira!

Como foi a inserção da mulher no mercado de trabalho?

A história das mulheres no mercado de trabalho carrega muitos desafios. A inserção foi feita aos poucos, a passos lentos e com muitas “pedras” no caminho. Por muitos séculos, a labuta feminina envolvia apenas serviços domésticos e familiares; operações braçais e intelectuais eram exclusividade dos homens.

Na Era Medieval (até os anos 1300), as mulheres cuidavam apenas da família e das refeições; aquelas que tentavam se subverter a essas ordens eram perseguidas. Na Era Renascentista (1300-1601), começaram a surgir os primeiros trabalhos femininos fora de casa, mas eles ainda não eram reconhecidos.

Nos séculos seguintes, surgiram as parteiras e ocorreu a escravização da mão de obra feminina negra e indígena no Brasil. Nessa época, as mulheres brancas também se limitavam ao trabalho doméstico, apesar das primeiras inquietações com essa imposição social terem começado a emergir.

A inserção da mulher no mercado de trabalho só foi ocorrer, de fato, no século XIX, a partir da Revolução Industrial. O serviço feminino nas fábricas envolvia servir comida e limpar os espaços — tudo isso sob más condições e com remuneração bem inferior à dos homens.

Movimento femininista e as primeiras conquistas das mulheres

Foi durante a Revolução Industrial que a luta feminina no mercado de trabalho começou a ganhar força. Em 1848, aconteceu a primeira Convenção dos Direitos da Mulher, em Nova York, que reivindicava melhores condições e igualdade salarial.

Anos depois, em fevereiro de 1911, houve um incêndio em uma fábrica de roupas nos Estados Unidos, vitimizando 123 operárias. Em março de 1917, aconteceu a marcha das mulheres russas por pão e paz, que reivindicava condições de trabalho e de vida, além do fim da Primeira Guerra Mundial.

Esses são alguns dos marcos expressivos que resultaram, em 1977, na criação do Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU), celebrado em 8 de março. Nas décadas anteriores, também nasceram movimentos feministas importantes para as atuais conquistas do gênero feminino.

Qual é o cenário e quais são os desafios atuais no mercado de trabalho?

A Constituição de 1932 foi o primeiro grande marco para o reconhecimento e a regulamentação do trabalho feminino no Brasil. Ela determinou a não distinção de sexo no mercado e vedou a presença de mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais desde 22h até 5h.

Porém, na prática, as mulheres no mercado de trabalho continuaram enfrentando jornadas exaustivas e grandes diferenças salariais em relação aos homens. Somente com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) é que o período foi reduzido e alguns direitos femininos foram garantidos.

Atualmente, a presença feminina já está sólida em diversos setores da economia, mas ainda existem muitos desafios para a mulher brasileira no mercado de trabalho. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) mostra que a taxa de desemprego das mulheres é maior que a dos homens.

A mesma pesquisa indica que o gênero feminino segue ganhando menos que o masculino, embora exerça as mesmas funções. Atualmente, a diferença salarial chega a 24,7%. O fator racial também tem influência: mulheres negras ganham menos que as brancas e que homens negros e brancos.

Maternidade e trabalho: jornada ainda mais desafiadora

Um dos grandes desafios das mulheres no mercado de trabalho tem relação com outro papel importante delas: a maternidade. As que escolhem ter filhos e desejam continuar a vida profissional enfrentam preconceitos nas empresas, apesar de terem direitos garantidos por lei.

De acordo com um estudo do InfoJobs, de 2021, cerca de 86% das pessoas do gênero feminino já enfrentaram preconceito devido à licença-maternidade. Outra pesquisa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que apenas 54,5% das mulheres com filhos pequenos têm emprego formal.

Tudo isso sem contar com a dupla jornada de trabalho: muitas mulheres ainda cuidam da casa e dos filhos sozinhas após o expediente no serviço. Essa situação aumenta a sobrecarga feminina e torna ainda mais desafiador o desejo de conciliar maternidade e vida profissional.

Quais são os direitos da mulher trabalhadora?

Para enfrentar essa realidade e os desafios do universo corporativo, político e social, é fundamental conhecer os direitos das mulheres no mercado de trabalho. Eles são assegurados pela CLT e incluem:

  • garantia de emprego para a gestante, a partir da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto;
  • licença-maternidade de 120 dias, com início no 28º dia antes do parto;
  • direito a duas semanas de repouso em caso de aborto natural comprovado por atestado médico;
  • proibição de discriminação de qualquer natureza, o que inclui sexo, cor e estado de gravidez;
  • direito à equidade salarial;
  • proibição do emprego de mulheres em serviços que demandem força muscular superior a 20 kg para trabalho contínuo e 25 kg para trabalho ocasional.

Leia mais sobre o universo feminino no blog da Belíssima

Gostou do conteúdo sobre mulheres no mercado de trabalho? Aqui no blog da Belíssima, você encontra mais artigos relacionados ao universo e ao comportamento feminino, que abordam desde questões sociais até assuntos de autocuidado e beleza. Continue acompanhando!

gabriel.gear

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